Controle de ectoparasitas em cães e gatos: entenda a importância para a saúde animal e humana

Controle de ectoparasitas em cães e gatos: entenda a importância para a saúde animal e humana
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Os ectoparasitas podem ser vetores de importantes enfermidades, inclusive de zoonoses. Conhecer medidas de controle de infestações é essencial para promover saúde animal e saúde pública! 

O controle de ectoparasitas em cães e gatos desempenha um papel fundamental na preservação da saúde e do bem-estar desses animais de estimação, ao mesmo tempo em que exerce impactos significativos na saúde humana.  

A interação cada vez mais próxima entre animais e humanos estabelece um cenário propício para a transmissão de doenças zoonóticas por meio desses vetores.  

Neste contexto, compreender a importância do controle de ectoparasitas vai além do cuidado animal, estendendo-se à prevenção de enfermidades que podem afetar tanto os pets quanto seus tutores.  

O que é o controle de ectoparasitas? 

Ectoparasitas são organismos como pulgas, carrapatos, mosquitos, ácaros e piolhos, que parasitam a superfície externa do corpo do hospedeiro, seja ele cão, gato ou até mesmo humano. Logo, controle de ectoparasitas refere-se às medidas adotadas para prevenir, tratar e controlar as infestações por esses organismos. 

Pulgas, carrapatos e mosquitos podem ser vetores de importantes doenças, inclusive algumas de caráter zoonótico. Porém, além da transmissão dessas doenças, o hábito de repasto pode causar grande desconforto em nossos pacientes, gerando quadros de prurido intenso e que podem desencadear outros problemas relacionados a alergias. 

Para instruir corretamente os tutores a estabelecer as medidas de controle de ectoparasitas de maneira eficaz, é necessário que o médico-veterinário tenha conhecimento sobre o modo de vida de seu paciente, assim como domínio sobre o ciclo biológico do ectoparasita e sobre as regiões que apresentam maior incidência – ou sejam consideradas endêmicas – para certas enfermidades. 

Conhecendo os ectoparasitas que afetam gatos e cães 

Agora, vamos conhecer um pouco mais sobre alguns dos principais ectoparasitas que afetam cães e gatos e podem ser organismos transmissores de várias enfermidades, inclusive de doenças de caráter zoonótico. 

  • Pulgas 

As pulgas do gênero Ctenocephalides são as que geralmente afetam cães e gatos, seus hospedeiros preferenciais. Porém, em casos de alta infestação ambiental, esses parasitas podem acabar picando os humanos. 

Esses vetores podem ser responsáveis pela transmissão de doenças como: 

  • mycoplasmose; 
  • bartolenose; 
  • dipilidiose; 
  • riquetsiose. 

Conheça mais sobre o ciclo da pulga e como tratar a puliciose. 

  • Carrapatos 

A espécie de carrapato que mais acomete os cães é a Rhipicephalus sanguineus, mas outros carrapatos também podem estar envolvidos no parasitismo e transmissão de afecções.  

Estes ectoparasitas podem ser vetores dos agentes causadores de: 

Conheça mais sobre o ciclo do carrapato e como tratar a ixodidiose. 

ciclo do carrapato

  • Mosquitos 

Diversas espécies de mosquitos estão relacionadas à transmissão de doenças para cães e gatos, dentre as quais podemos citar o Aedes, Lutzomyia, Phlebotomus, Culex, Anopheles. Dentre essas enfermidades, podemos destacar importantes zoonoses, como: 

  • dirofilariose; 
  • leishmaniose. 

Conheças todos os aspectos da dirofilariose e saiba como prevení-la 

Como fazer um controle de ectoparasitas adequado? 

A prevenção e o controle de ectoparasitas possui grande relevância, uma vez que essas medidas contribuirão para a diminuição da incidência de importantes doenças, inclusive zoonoses.  

Para isso, é recomendado que o médico-veterinário oriente e implemente estratégias de controle que se alinhem às características e aos hábitos individuais de cada paciente. 

A maioria dos produtos disponíveis no mercado pet protegem contra pulgas e carrapatos, que são considerados os maiores vilões para os animais de companhia, agindo na transmissão de várias afecções.  

Porém, cães e gatos que frequentam regiões de mata ou litorâneas estão suscetíveis a picadas de mosquitos, fazendo-se necessária a prescrição de produtos que também atuem contra suas picadas ou que sejam capazes de matar a forma infectante que for inoculada no ato do repasto – como no caso de princípios ativos que matam as microfilárias da Dirofilaria immitis que atingem a corrente sanguínea, impedindo que o animal manifeste a dirofilariose. 

Os cuidados ambientais também são de grande importância para o controle de ectoparasitas, já que o ciclo de vida do vetor se dá, em grande parte, enquanto está no ambiente e não fixado no hospedeiro.  

Vale ressaltar, ainda, que todos os animais que compartilham o mesmo ambiente devem receber o tratamento contra o parasita, tornando toda a abordagem mais eficiente. 

Além disso, o tempo de administração do tratamento para o controle de ectoparasitas é tão importante quanto o controle ambiental e a escolha do produto adequado para cada caso. Ele deve ser baseado na duração do ciclo biológico do vetor. Por exemplo, não adianta tratar puliciose por apenas 30 dias, se o ciclo da pulga dura em média 90 dias. 

Medicamentos orais 

Os medicamentos orais para controle de ectoparasitas são uma boa opção para animais como cães que praticam esportes aquáticos, pois garantem que não haja queda no tempo de duração da eficácia do produto e não agridem o meio ambiente, afetando a flora e a fauna, por exemplo. 

Dentre os princípios ativos encontrados nessa apresentação, recomendados para cães, podemos citar: 

  • spinosad; 
  • lotilaner; 
  • fluralaner; 
  • afoxolaner; 
  • afoxolaner + milbemicina oxima; 
  • sarolaner. 

Nem todos os medicamentos utilizados para cães são recomendados para gatos, devido à toxicidade do respectivo princípio ativo para essa espécie. Portanto, para gatos, o fármaco de uso oral inclui somente o spinosad. 

Existem fármacos que exigem uma administração mensal e outros que têm ação por 90 dias. É importante conscientizar o tutor para que siga corretamente os prazos e a frequência de administração sugeridos na bula de cada produto, para garantir uma proteção contínua, evitando períodos de suscetibilidade.     

Medicamentos de uso tópico e coleiras 

As apresentações para controle de ectoparasitas de uso tópico são uma boa escolha para animais que não aceitem facilmente medicações orais, principalmente gatos. Geralmente, são as pipetas spot-on ou as coleiras que são capazes de proteger o cão e o gato contra pulgas, carrapatos e mosquitos. 

Dentre os princípios ativos encontrados nas apresentações spot-on para cães, podemos citar: 

  • fipronil; 
  • fipronil + (S)metopreno; 
  • fipronil + piriproxifen; 
  • semalectina; 
  • imidacloprida; 
  • imidacloprida + moxidectina; 
  • indoxacarbe; 
  • fluralaner; 
  • permetrina; 
  • imidacloprida + fenoxicarb. 

Com relação aos princípios ativos encontrados nas coleiras para cães incluem: 

  • imidacloprida + flumetrina; 
  • deltametrina + propoxur; 
  • deltametrina; 
  • fipronil + piriproxifeno + permetrina; 
  • propoxur + flumetrina. 

Já para os gatos, somente a coleira a base de imidacloprida + flumetrina é indicada, e os princípios ativos spot-on aceitos são: 

  • fipronil; 
  • fipronil + (S)metopreno; 
  • fipronil + piriproxifen; 
  • selamectina; 
  • imidacloprida; 
  • imidacloprida + moxidectina; 
  • fluralaner; 
  • indoxacarbe. 

Alguns medicamentos tópicos podem requerer uma administração mensal e outros podem ter ação por 90 dias. Já as coleiras apresentam um maior período de ação, entre 4 e 8 meses, dependendo do fabricante.  

Na escolha desses fármacos, também é importante conscientizar o tutor para que siga corretamente os prazos para a frequência de aplicação ou para a troca do produto com o intuito de garantir que não haja algum período no qual o animal não esteja protegido.     

A relação entre o controle de ectoparasitas e a saúde humana 

O efetivo controle de ectoparasitas em animais não apenas promove a saúde dos pets, mas também desempenha um papel crucial na prevenção de doenças zoonóticas em seres humanos.  

Vários ectoparasitas podem atuar como vetores de agentes patogênicos, transmitindo doenças potencialmente graves aos humanos. Algumas das doenças zoonóticas associadas aos ectoparasitas incluem: 

  • leishmaniose – vetor: mosquitos flebotomíneos; 
  • dirofilariose – vetor: mosquitos do gênero Aedes e Culex; 
  • febre maculosa – vetor: carrapatos Amblyomma cajenense; 
  • doença de Lyme – vetor: carrapatos Ixodes. 

Portanto, os médicos-veterinários são peças chaves para a redução do risco de transmissão de doenças zoonóticas para os seres humanos, através da abordagem adequada na prevenção e no controle de ectoparasitas, colaborando com a saúde pública. 

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Referências bibliográficas 

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