Obesidade em gatos e cães: entenda os riscos e as formas de prevenção e tratamento!

A obesidade é hoje considerada um dos distúrbios nutricionais que mais comumente acometem gatos e cães. Saiba mais sobre formas de prevenção e tratamento! 

A obesidade é considerada uma epidemia moderna em gatos e cães, sendo um dos maiores desafios na saúde animal do século XXI e estando correlacionada à redução da qualidade de vida e alterações fisiológicas em animais.  

Com taxas que se assemelham aos dados dos humanos, estima-se que entre 59% dos cães e 52% gatos estão acima do peso (Loftus & Wakshlag, 2014; Shmalberg, 2016; Pegram, et.al., 2021). 

O que é a obesidade em gatos e cães? 

A obesidade, por definição, é acúmulo excessivo de tecido adiposo secundário, que ocorre quando a ingestão calórica é maior do que o gasto energético. 

A origem da obesidade é multifatorial – e não ocorre somente pelo acúmulo de tecido adiposo, mas também por conta de alterações metabólicas, hormonais, articulares e imunológicas.   

Além de ser uma reserva energética do corpo, o tecido adiposo é considerado um órgão endócrino ativo e atua na secreção de uma gama de substâncias, como: 

• adipocina; 
• leptina; 
• adiponectina; 
• citocinas pró-inflamatórias, como interleucinas e o fator de necrose tumoral α (TFN-α). 

Raças mais predispostas à obesidade 

A raça é considerada um fator de risco para obesidade entre cães e gatos e, na lista a seguir, destacamos os nomes mais predispostos à obesidade em função deste aspecto específico: 

• gato Norueguês da Floresta; 
• gato Persa; 
• Labrador Retriever; 
• Dalmata; 
• Dachshund; 
• Rottweilers; 
• Golden Retriever; 
• Pastor de Shetland; 
• Beagle; 
• Pug; 
• Bulldog Ingles; 
• Corgi; 
• Cocker Spaniel; 
• King Charles Cavalier; 
• Pincher. 

Quais os principais riscos em ter um gato ou cão obeso? 

A obesidade pode gerar uma série de consequências graves para o bem-estar e qualidade de vida de cães e gatos, sendo associada a redução da expectativa e qualidade de vida dos animais.  

Há ainda o aumento da incidência de comorbidades nestes animais obesos, como doenças endócrinas, doenças osteoarticulares, alterações respiratórias, osteoartrite, diabetes mellitus e certos tipos de neoplasia.  

Doenças endócrinas 

As doenças endócrinas mais comumente associadas à obesidade são as seguintes.  

• Hipotireoidismo Causada pela produção insuficiente ou inativação de anticorpos dos hormônios da tireoide- tiroxina (T4) e triiodotironina (T3). Sua classificação é dividida em primária (resultado de infiltrado linfoide na glândula), quando pode ocorrer reação autoiminue com perda irreversível de tecido tireoidiano; secundária (ou central – causada por neoplasia hipofisária), quando há produção inadequada de tireotrofina (TSH), tireoide está hipoativa e histologicamente atrofiada; e congênita.

• Hiperadrenocorticismo Condição multifatorial motivada pela exposição crônica a glicocorticoides – como o cortisol. De acordo com sua origem, pode ser classificado como hiperadrenocorciticismo pituitário; hiperadrenocorticismo secundário a tumor de adrenal; e iatrogênico.
   
• Diabetes mellitusDesordem metabólica crônica onde a capacidade do organismo em responder ou produzir a insulina está comprometida. Consequentemente, há metabolismo anormal de carboidratos e elevação dos níveis de glicose no sangue e na urina em função da diabetes mellitus. 

Doenças osteoarticulares 

O excesso de peso provocado pelo quadro de obesidade predispõe a ocorrência de doenças osteoarticulares. Alterações locomotoras e obesidade podem ser associados não somente pelo componente mecânico, mas também pelo quadro inflamatório que acomete animais obesos.  

Dentre as doenças osteoarticulares que animais podem apresentar, temos: 

• displasia do coxofemoral; 
• osteodistrofia hipertrófica;  
• osteocondrite dissecante;  
• displasia do cotovelo (coronoide fragmentado e processo ancôneo não unido).  

Doenças respiratórias 

Os principais sinais clínicos respiratórios associados a obesidade em animais são a intolerância ao exercício e a dificuldade respiratória. Como patologia específica de quadro respiratório associado a obesidade temo o colapso de traqueia.  

Outros riscos relacionados à obesidade em gatos e cães 

Entre as demais predisposições e riscos a que os animais obesos estão sujeitos, podemos citar 

• alterações cardiovasculares, como sobrecarga crônica de volume cardíaco, aumento do débito cardíaco e ativação do sistema reninaangiotensina-aldosterona;  
• redução da imunidade; 
• alterações urinarias, como incontinência e cálculo urinário (já que o animal obeso e sedentário tende a produzir urina mais concentrada, predispondo a formação de cálculos urinários); 
• problemas dermatológicos, como lesões fúngicas ou bacterianas nas dobras cutâneas provocadas pelo excesso de peso; 
• neoplasias. 

Formas de tratamento para a obesidade em cães e gatos 

Para o tratamento da obesidade existem inúmeros fatores que devem ser considerados. Ele vai além do fornecimento de uma alimentação completa, balanceada e em quantidades adequadas. A dieta é apenas um item a ser considerado para o sucesso do programa de redução de peso, apesar de ser parte essencial para o tratamento. 

O médico-veterinário, portanto, deve ter claro que, ao determinar um programa para redução de peso, este planejamento deve ser individualizado. O objetivo deve ser a promoção de emagrecimento de maneira saudável e sustentável, prevenindo a ocorrência da má nutrição e promovendo melhora da qualidade de vida e consequente da expectativa de vida.  

Para facilitar com que estes objetivos sejam alcançados, o médico-veterinário deve propor uma série de alterações na rotina do animal para o tutor, incluindo: 

• envolvimento e conscientização do tutor: detalhamento do estilo de vida do tutor e do animal e motivação constante, a fim de incentivá-los a aderir ao novo manejo; 
• fornecimento de uma dieta adequada e de acordo com necessidades calóricas do animal para alcançar resultados efetivos; 
• exercícios, para o ajustamento do gasto energético e estabelecimento de metas realistas; 
• identificação de potenciais causas médicas da obesidade e o tratamento de quaisquer condições médicas que possam existir; 
• implementação de medidas destinadas a prevenir a recorrência.  

Estratégias nutricionais e comportamentais 

Para o sucesso pro programa de perda de peso de cães e gatos, o manejo nutricional passa elaboração de diferentes estratégias comportamentais. Ao orientar estas estratégias o médico-veterinário aumenta a adesão ao tratamento, como também facilita a obtenção de resultados. 

Dentre as mudanças que podem ser adotadas pelos tutores temos: 

• fornecer o alimento calculado de forma fracionada em pequenas refeições diárias. Entre duas (mínimo) a quatro vezes ou mais conforme cada paciente. Pois auxilia na saciedade e aumenta o gasto energético digestivo; 
• utilização de balança para pesar o alimento a ser fornecido por refeição. Forma de manter o hábito de pesagem do tutor e possibilitar que a prescrição seja seguida à risca; 
• maneira de fornecimento:
  – optar por comedouros menor, pois evita sensação do tutor de estar fornecendo pouco alimento;
  – pode-se optar por não usar comedouros e que o alimento seja espalhado pelo chão para que o animal coma mais devagar e precise encontrar os pellets do alimento um ambiente. 

Orientação Nutricional Royal Canin para o controle de obesidade 

A Royal Canin possui uma linha de alimentos voltados para o processo de perda e manutenção do peso para gatos e cães – a linha SATIETY®. 

Os alimentos da linha Satiety são a primeira escolha para o auxílio ao tratamento da obesidade e manutenção do peso em gatos e cães. São alimentos que possibilitam: 

• gerenciamento eficaz do peso – auxilia processo de perda de peso segura e reduz o risco do ganho de peso pós processo de perda;  
• controle do comportamento de implorar – elevado de teor de fibras naturais mantem gatos e cães satisfeitos entre as refeições; 
• manutenção da massa magra – alto teor de proteína auxilia processo de perda de peso saudável e manutenção da massa muscular. 

São alimentos formulados a partir de pesquisa literatura científica. Os alimentos da linha contam com as seguintes opções: 

• Alimento Satiety Canine 
• Alimento Satiety Small Dog 
• Alimento Satiety Wet 
• Alimento Satiety Feline 
• Alimento Satiety Feline Wet 

Para auxiliar o médico-veterinário na prescrição do alimento para o tratamento do controle de peso. A prescrição gerada na nossa Calculadora para Prescrição  além de informar a quantidade exata ser fornecida para o animal, mas também: 

• quantidade de energia diária recomendada; 
• peso pretendido; 
• perda de peso por semana; 
• duração do tratamento em semanas; 
• orientações gerais para o tutor;
  – dividir a quantidade de alimento em, pelo menos, 3 refeições diárias ou conforme orientação do médico veterinário;
  – não forneça nenhum outro tipo de alimento, inclusive petiscos, sem consultar o médico veterinário;
  – o enriquecimento ambiental é importante para estimular com que o gato brinque e faça atividade físicas, porém em alguns casos não é suficiente. É fundamental reservar algum tempo para brincar com o gato com o intuito de aumentar seu nível de atividade;
  – mantenha o alimento sempre em sua embalagem original bem fechada;
  – deixar sempre água fresca e limpa à disposição. Caso seu animal não esteja habituado a este alimento, respeite um período de transição de 7 dias, durante o qual deve-se mudar o alimento gradativamente;
  – é normal e esperado que as quantidades de alimentos tenham que ser periodicamente ajustadas e por isso é fundamental o acompanhamento do médico veterinário durante todo o processo de perda de peso para maximizar as chances de sucesso;
  – tenha paciência, um programa de emagrecimento efetivo pode demorar; e o seu comprometimento é muito importante;
  – resultados variam de acordo com as características de cada paciente. 

A melhor opção sempre será a prevenção contra a obesidade canina e felina! 

Devido ao aumento do quadro de obesidade em gatos e cães, há uma demanda para que os médicos-veterinários tomem uma atitude mais ativa quanto a prevenção da obesidade. Em função disso, recomenda-se a adoção de ações que contribuam com essa manutenção desde a fase de crescimento até a fase adulta e de senescência dos animais. 

A prevenção da obesidade será sempre a melhor opção contra a obesidade em cães e gatos, e o médico-veterinário pode reforçar isso com os tutores de seus pacientes a partir de algumas atitudes e orientações, conforme descrito a seguir: 

• monitoramento contínuo do peso corporal do animal por meio de registro do escore de condição corporal a cada consulta de rotina, para saber o momento em que há aumento ou perda de peso;  
• manejo adequado como, por exemplo, a alteração da dieta alimentar após a castração do animal;  
• fornecimento de dieta completa, balanceada e de qualidade, com porções precisas e seguindo as necessidades de acordo com a idade, raça ou porte 
• realização de atividades físicas importantes na prevenção a obesidade e na manutenção da perda do peso. 

Conheça mais sobre nosso portfólio e utilize a nossa Calculadora para Prescrição para facilitar a prescrição do alimento Satiety para gatos e cães.  

Referências bibliográficas 

Andrade Junior, A. G., Capella, S. O., Piñeiro, M. B. C., & Nobre, M. O. (2020). Obesidade: Compreendendo esse desequilíbrio orgânico em gatos e cães. Science and Animal Health, n.7, v.2, pág. 105-125, 2020. Acesso em: 28/11/2023.  

Cline, M. G., Burns, K. M., Coe, J, B., Downing, R., Durzi, T., Murphy, M., Parker, V. 2021 AAHA Nutrition and Weight Management Guidelines for Dogs and Cats. American Animal Hospital Association, 2021. Acesso em: 28/11/2023. 

Cline, M. G., Murphy, M. Obesity in the Dog and Cat. 2019. 

German, A. J. Pet obesity: new challenges, new solutions. Nutrition Topics in Small Animal Practice. Veterinary Focus, n. 31, v. 3. pág. 33 – 41. 2022. Acesso em: 29/11/2023. 

Halsberghe, C., Heath, S., Iracka, J. Muller, G. A behavioral approach to canine obesity. Veterinary Focus – special edition. 2006. Acesso em: 29/12/2023 

Loftus, J. P., Wakshlag, J.J. Canine and feline obesity: a review of pathophysiology, epidemiology, and clinical management. Vet Med (Auckl), n. 30, v. 6, 2014. Acesso em: 29/11/2023. 

Mendes, A. C. R., Sousa, F. G., Oliveira, B. C. S., Miranda, G. C., Kwong, M. A. C. Fatores de risco associados à obesidade e sobrepeso em cães.  Medicina Veterinária (UFRPE), n. 17, v. 1, pag. 11–26, 2023. Acesso em: 30/11/2023 

Partington, C., Hodgkiss-Geere, H., Woods, G. R. T., Dukes-McEwan, J., Flanagan, J., Biourge V., German, A.J. The effect of obesity and subsequent weight reduction on cardiac structure and function in dogs. BMC Veterinary Research, n. 18, 2022. Acesso em: 30/11/2023. 

Pegram, C., Raffan, E., White, E., Ashworth, A.H., Brodbelt, D. C., Church, D. B., O’Neill, D. G. Frequency, breed predisposition and demographic risk factors for overweight status in dogs in the UK. J Small Anim Pract n.62, v.7, pág. 521-530, 2021. Acesso em: 04/12/2023.  

Pöppl, A. G. Pontos Práticos no Tratamento da Obesidade. CIÊNCIA, CLÍNICA E NEGÓCIOS. Acesso em: 30/11/2023.  

Shmalberg, J. Treatment of obesity – Current Research & Recommendations. Todays Veterinary Practice. Acesso em: 04/12/23