Barulho de fogos de artifício: como proteger gatos e cães?

Barulho de fogos de artifício: como proteger gatos e cães?

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O barulho de fogos de artifício pode ser muito prejudicial para a saúde dos animais e gerar grande desconforto, estresse prolongado e quadros de ansiedade; veja como orientar tutores sobre esse tema

Em diversos países, incluindo o Brasil, a soltura de fogos costuma ser mais frequente em certas épocas do ano, como apuração de eleições, Réveillon, jogos de futebol e finais de campeonato, entre outros. E os pets, por possuírem maior sensibilidade auditiva, acabam sofrendo com o barulho alto e em excesso.

Cerca de 17 a 49% dos cães podem ter aversão ao ruído (LANDSBERG et al; 2015). Os medos e as fobias que os cães podem sentir quando ouvem barulhos excessivos geram estresse recorrente e situações de ansiedade, principalmente quando se trata de ruídos muito altos e repentinos, como os de trovões, fogos de artifício, tiros, bombas e etc.

A perturbação causada pelo barulho excessivo pode trazer diversos prejuízos para a saúde dos animais. Entretanto, existem formas eficazes para protegê-los, visando minimizar o desconforto auditivo, além de promover o bem-estar, prevenir o surgimento de doenças que podem eventualmente surgir em virtude de alterações hormonais e imunológicas provocadas pelo estresse prolongado e também proporcionar melhor qualidade de vida e maior longevidade.

Pensando nisso, veremos a seguir as diversas estratégias que são eficazes para orientar os tutores sobre como amenizar o barulho de fogos para cachorros, gatos e até mesmo outros pets.

Por que o barulho de fogos é tão prejudicial?

O barulho alto, repentino e em excesso dos fogos e semelhantes é prejudicial para animais e também para os humanos. Pacientes hospitalizados, além de crianças, idosos ou indivíduos que possuam outras condições, como autismo e esquizofrenia, podem ser afetados.

Além disso, o medo ou a fobia de barulho afeta cães, gatos, animais em situações de vulnerabilidade e sem abrigo e também muitas outras espécies de animais domésticos, silvestres e selvagens, como as aves de vida livre. Todo esse cenário pode até levar a óbito.

Em comparação aos seres humanos, os cães possuem maior sensibilidade auditiva aos estímulos sonoros, fator essencial para a defesa e a sobrevivência de determinadas espécies que possam ser presas fáceis quando em vida livre. Dessa forma, as funções de guarda e caça são facilitadas, pois estão fortemente associadas ao sistema auditivo.

O sistema auditivo canino consegue captar sons de até 40 mil hertz, já o dos seres humanos pode captar sons de até 20 mil hertz. Ou seja, é apenas metade da capacidade canina (HOROWITZ, 2010).

A função auditiva é essencial para diferenciar as frequências e intensidades de sons, possibilitando o reconhecimento de situações que possam representar perigo. Ainda por meio da conexão direta do ouvido interno com os mecanismos neurais, é possível enfrentar situações possivelmente ameaçadoras, facilitando a defesa dos indivíduos.

Vale ressaltar que nas épocas do ano em que a queima de fogos costuma ser mais frequente, há um aumento nas buscas por atendimento veterinário, principalmente nas clínicas e hospitais 24h. Há muitos casos de animais que procuram refúgio em lugares impróprios e perigosos, há maior risco de atropelamento e os pets podem ficar em estado de choque em virtude do barulho excessivo.

Barulho de fogos e os pets: 9 dicas para tutores de cães e gatos

Um estudo realizado com 45 cães da raça Beagle, com idades entre 2,7 e 17 anos, destacou importantes diferenças individuais na manifestação do comportamento de medo e ansiedade entre os animais, evidenciando as individualidades de cada animal em relação a forma na qual o mesmo pode vir a manifestar o estresse e ansiedade, assim como a forma que determinados fatores podem ser mais estressantes para alguns indivíduos do que para outros. Esse estudo também concluiu que as propriedades ansiolíticas do hidrolisado de peixe podem contribuir para a diminuição da hiperatividade e da resposta do cortisol ao estresse (LANDSBERG et al; 2015). O hidrolisado de peixe ainda contribui para uma absorção mais efetiva de proteínas de alto valor nutricional. O ingrediente é utilizado na formulação do alimento Relax Care da ROYAL CANIN®, como vamos detalhar mais a frente neste artigo.

Não soltar fogos de artifício é a forma mais eficaz de prevenir os problemas causados pelo barulho. Porém, como na maioria das vezes não há como ter controle sobre isso, outras estratégias eficientes podem ser recomendadas aos tutores.

Algumas técnicas de relaxamento, oferta de brincadeiras como reforço positivo durante a exposição do animal aos barulhos causados pelos fogos de artifício e até mesmo o uso de medicamentos são algumas das possibilidades que podem ser recomendadas pelo Médico-Veterinário após avaliação de cada caso.

A administração de agentes psicoativos alopáticos e homeopáticos, além de nutracêuticos, feromônios sintéticos, florais de Bach e aromaterapia são estratégias terapêuticas que podem auxiliar, mas devem ser indicadas ao paciente de forma individualizada pelo Médico-Veterinário, que poderá identificar a real necessidade de tratamento, definindo o protocolo adequado para cada caso.

O profissional também deve alertar os tutores quanto ao perigo em fornecer medicamentos (incluindo os calmantes) aos animais sem a devida recomendação, já que pode causar, inclusive, quadros de intoxicação e em alguns casos até a morte.

Confira abaixo nove dicas para tutores de gatos e cães:

1. Criar um ambiente aconchegante para o pet

O tutor deve preparar um local seguro para abrigar o pet, preferencialmente dentro de casa, por já ser um local ao qual o animal já está familiarizado. Portas, janelas e cortinas devem estar fechadas para reduzir a entrada dos sons e ruídos externos. E é imprescindível que elas sejam mantidas fechadas durante os eventos barulhentos, pois o animal assustado pode fugir desnorteado e ir para a rua ou até mesmo se ferir em grades, lanças etc.

2. Manter o comportamento calmo e positivo, passando confiança ao pet

O tutor deve estar junto ao animal, proporcionando tranquilidade e segurança ao pet, visando acalmá-lo. Já há estresse e ansiedade em virtude do barulho de fogos de artifício, portanto, se o tutor demonstrar agitação, vai acabar fazendo com que o animal fique ainda mais agitado.

3. Aumentar, gradativamente, volumes de sons internos

Ligar a televisão ou tocar música e aumentar, gradativamente, o volume durante a queima dos fogos de artifício pode ajudar o pet a não sentir tanto desconforto auditivo por causa do excesso de barulho externo.

4. Usar a técnica “Tellington touch”

A técnica “Tellington Touch” também é conhecida como “TTouch” e “toque do pano”. Trata-se de um método usado por tutores e Médicos-Veterinários para amenizar fobias, traumas e o sofrimento proveniente de alterações neurológicas, ósseas e até gastrointestinais, além estimular a liberação de hormônios que ajudam na redução do estresse do animal.

A técnica envolve massagens com a ponta dos dedos e palmas das mãos. O corpo do animal, geralmente, é envolvido de forma confortável em um pano (com o uso de bandagens ou faixas de tecido), gerando certa pressão e resultando na ativação do sistema nervoso autônomo do animal.

Essa ação pode promover maior sensação de segurança e tranquilidade para os pets durante tempestades, queima de fogos de artifício e demais eventos que promovam altos ruídos.

5. Não deixar o cão preso

O animal não deve estar preso a guias, pois pode se assustar com o barulho excessivo e se ferir gravemente. Coleiras do tipo peitoral são mais seguras, mas ainda assim não é recomendado que o animal fique preso nesses períodos. A coleira pode ser usada sem a guia, apenas para manter a plaquinha de identificação no animal.

6. Não alimentar o animal perto do horário dos fogos

Não é indicado alimentar o animal minutos antes ou durante a queima de fogos, pois com o estresse e a agitação pode resultar em engasgos.

7. Manter o pet identificado

A devida identificação pode auxiliar na localização do pet perdido em casos de fugas causadas pela queima de fogos. O tutor pode adotar:

  • placas na coleira do animal que contenham nome e telefone dos tutores;
  • microchip (dispositivo colocado sob a pele do animal com todos os dados que identificam o tutor e o endereço).

Ainda assim, é altamente recomendado o uso das plaquinhas, já que qualquer pessoa consegue facilmente identificar os dados do tutor.

8. Não deixar o pet sozinho durante a queima de fogos

Durante a queima de fogos e tempestades, recomenda-se que os tutores permaneçam em ambiente seguro e apropriado junto aos seus animais para monitoramento e diminuição do estresse.

9. Saber a localização da clínica veterinária 24h ou hospital mais próximos

Em casos de emergência é de extrema importância que o tutor esteja atento e leve o animal o quanto antes para a clínica ou hospital veterinário 24h mais próximo. O cuidado precoce pode fazer toda a diferença no prognóstico e desfecho do caso.

Por isso, é altamente recomendado que o tutor tenha registrado em local de fácil acesso o número do telefone e o endereço do local para atendimento veterinário, já que animais machucados ou em choque por consequência dos fogos podem precisar de socorro imediato!

Nutrição como aliada em situações de estresse

As alterações hormonais e imunológicas causadas pelo estresse recorrente e pela ansiedade que estão associadas ao medo do barulho dos fogos de artifício podem deixar o pet suscetível ao surgimento de diversas doenças, podendo gerar prejuízos ou até mesmo reduzir a expectativa de vida do animal.

Para melhorar o estado geral de saúde do pet é importante ajustar o manejo nutricional, fornecendo alimentos com ingredientes superiores e balanceados, visando o fortalecimento do sistema imunológico e a prevenção de afecções. Uma opção para cães é o Relax Care, da ROYAL CANIN®, que detalhamos a seguir.

Alimento Relax Care

O Relax Care que foi formulado para os cães de porte mini que apresentam certo grau de sensibilidade e questões comportamentais. Ele também visa a prevenção desses problemas.

Um estudo interno realizado com 174 tutores de cães em idade adulta revelou um aumento de 44% no comportamento normal dos animais que fizeram o uso do alimento por um período de 6 semanas, diante de diferentes situações de desafios ambientais.

Esse alimento da ROYAL CANIN® contém proteína hidrolisada de peixe que, como mostra o estudo já citado aqui, tem propriedades ansiolíticas que auxiliam em situações de estresse e outras questões comportamentais.

O Relax Care também apresenta alta digestibilidade, sendo uma excelente solução para cães adultos e maduros, de pequeno porte, que pesem até 10 quilos.

Esse alimento pode ainda ser recomendado ao animal que esteja em processo de adaptação e que vivencie situações estressantes, como queima de fogos de artifício, viagens, mudanças de casa, hospitalização ou falecimento do tutor e contactantes.

embalagem do alimento Relax Care da Royal Canin

Saiba mais sobre o alimento Relax Care e reveja estudos que comprovam o resultados da proteína hidrolisada de peixe no comportamento de cães.

Mas existem leis que proíbem fogos de artifício?

No Brasil, a fabricação, o comércio e o uso de artigos pirotécnicos são práticas muito comuns e são regulamentadas pelo Decreto nº 4.238, que não faz menção ao barulho causado pela soltura dos fogos com estampido.

Porém, alguns estados já se movimentaram para mudar o cenário local, proibindo a venda e queima de fogos de estampido, visando o bem-estar de animais, idosos, pessoas hospitalizadas etc. É o caso, por exemplo, da Lei 17.389, de 28 de julho de 2021, que proíbe a queima, comercialização e armazenamento de fogos de artifício com estampido no estado de São Paulo.

Além disso, há um Projeto de Lei (PL 5/2022) sob análise que prevê a proibição do uso e comercialização de fogos de artifício com estampido em todo o âmbito nacional.

A Royal Canin preza pela saúde e bem-estar dos pets!

A ROYAL CANIN® se dedica há mais de 50 anos e de forma exclusiva para compreender, no detalhe, quais são as necessidades nutricionais de cada animal.

As soluções nutricionais contam com nutrientes essenciais, de acordo com as características individuais de cada gato e cão, levando em conta questões como raça, porte, idade e diversas outras características.

Para fornecer uma indicação nutricional mais precisa e personalizada para os seus pacientes, acesse o nosso portfólio e verifique quais são os alimentos disponíveis para gatos e cães saudáveis.

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Referências bibliográficas

LANDSBERG, Gary Michael et al. Assessment of Noise Induced Fear and Anxiety in Dogs: Modification by a Novel Fish Hydrolyzate Supplemented Diet. Journal of Veterinary Behavior, Toronto, v. 10, n. 5., p. 391-398, 2015. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.jveb.2015.05.007. Acesso em: 3 nov. 2022.

BERNET, F et al. Diazepam-like effects of a fish protein hydrolysate (Gabolysat PC60) on stress responsiveness of the rat pituitary-adrenal system and sympathoadrenal activity. Journal of Veterinary Behavior, França, v. 149, p. 34-40, 2000. Disponível em: https://link.springer.com/article/10.1007/s002139900338. Acesso em: 3 nov. 2022.

KLEIN, Marilia. Dispensador de brinquedos para cães. 2012, p. 17-193. Dissertação (UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL) – Bacharel em Design de Produto – Faculdade de Arquitetura, Porto Alegre, 2012. Disponível em: https://lume.ufrgs.br/handle/10183/98546?locale-attribute=en&show=full. Acesso em: 29 out. 2022.

HOROWITZ, Alexandra, A cabeça do cachorro. Rio de Janeiro: BestSeller, 2010.