Petiscos: como contornar essas armadilhas que levam à obesidade

Petiscos: como contornar essas armadilhas que levam à obesidade

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O ato de ofertar uma série de petiscos pode resultar em ganho de peso nos pets, e cabe ao médico-veterinário alertar sobre essa prática e oferecer soluções para o dia a dia de tutor e animal

As taxas de obesidade canina estão aumentando, e uma maior compreensão dos padrões de alimentação é necessária para combater o problema.

À medida que mais tutores consideram seus cães como parte da família, seu estado de saúde se torna cada vez mais importante e os problemas, como obesidade, parecem imitar os dos humanos. Examinar os padrões dietéticos e suas implicações na saúde do cão e gato pode fornecer dados pertinentes para estratégias de prevenção da obesidade.

É fato também que os tutores sentem, frequentemente, a necessidade de fornecer alimentos ao pet como forma de “agrado”. Em geral, são oferecidos alimentos de consumo humano ou petiscos diversas vezes ao dia de forma indiscriminada. Esse desequilíbrio nutricional certamente ocasionará obesidade nos casos em que o consumo calórico é maior que o consumo energético.

Afinal, o que é petisco?

De acordo com a Abinpet (2019), alimento específico “é um produto composto por ingredientes/matérias-primas ou aditivos destinados exclusivamente à alimentação de animais de estimação com finalidade de agrado, prêmio ou recompensa e que não se caracteriza como alimento completo, podendo possuir propriedades específicas”. Sendo assim, o petisco não contém todos os nutrientes requeridos para a alimentação diária, completa e balanceada do animal.

Por ser um “a mais” na alimentação diária, o alimento específico acaba se tornando um dos fatores predisponentes e perpetuantes da obesidade em cães e gatos. Isso porque o tutor, em geral, não contabiliza as calorias que cada agrado oferecido contém. O petisco é utilizado pelo tutor como forma de premiação no adestramento, para atender o comportamento pedinte do animal ou apenas como maneira de agrado voluntário e manifestação de afeto.

Muitas vezes, a necessidade de demonstração de afeto é tão grande que o tutor supera, e muito, a quantidade desses alimentos, além de negligenciar a qualidade do que está sendo fornecido.

A tabela abaixo compara o valor calórico de alimentos que acabam sendo oferecidos como petiscos com fatias de pizza para os humanos:

petiscos para cães

comparação de petiscos para gatos e alimentos para humanos

Mudando o comportamento do tutor

Inibir esse comportamento do tutor muitas vezes é difícil, mas há maneiras de tornar esse hábito saudável para ambos os lados.

Tanto nos casos de tratamento da obesidade como prevenção e controle do ganho de peso, o médico-veterinário deve ter em mente que banir os agrados é uma tarefa quase impossível. A proibição das premiações ou alimentos “extras” pode ser um convite para o insucesso do tratamento. Isso porque, frequentemente, o tutor não conseguirá deixar de se render ao comportamento pedinte do animal e, portanto, continuará oferecendo alimentos que levarão ao acréscimo da ingestão calórica diária.

O fornecimento de alimento faz parte da interação humano-animal. Contudo, essa ligação inter-específica não ocorre apenas nesse momento. Outros hábitos devem ser estabelecidos entre as espécies para tornar a interação benéfica para ambos.

Assim, há algumas estratégias que o médico-veterinário deve adotar para contornar essa questão nutricional e enriquecer a interação humano-animal. Veja algumas dicas no infográfico abaixo.

como contornar as armadilhas dos petiscos

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Referências bibliográficas

Slater, M. R.; Robinson, L. E.; Zoran, D. L.; Wallace, K. A.; Scarlett, J. M., 1995: Diet and exercise patterns in pet dogs. Journal of American Veterinary Medical Association 207, 186–190.

Abinpet- Manual Pet Food Brasil (2019). Acessado em: 30/01/21. Disponível em: http://abinpet.org.br/wp-content/uploads/2020/05/manual_pet_food_ed10_completo_digital.pdf