Alimentação do gato: exigências nutricionais para cada etapa de vida do animal

Alimentação do gato: exigências nutricionais para cada etapa de vida do animal

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Atender as particularidades de cada fase de vida do felino é essencial para a manutenção de sua saúde. Confira neste artigo os pontos-chave na nutrição para a espécie

Os felinos apresentam particularidades nutricionais bem conhecidas no campo da ciência animal. Quando falamos sobre a alimentação do gato, a primeira coisa que precisamos lembrar é que estamos falando de uma espécie carnívora estrita. A dentição e o sistema digestivo do gato estão adaptados ao consumo de presas, característica herdada de sua ancestralidade.

Além disso, suas vias metabólicas gliconeogênicas, que utilizam proteína para produção de energia, são bastante ativas. Esses dois fatores fazem com que o gato apresente maior necessidade de proteína na dieta quando comparamos aos cães e aos seres humanos, por exemplo.

Os gatos também apresentam paladar pouco apurado e olfato mais desenvolvido, por isso o alimento formulado para a espécie precisa apresentar perfil aromático atrativo para estimular a ingestão. Isso é obtido pelas proporções de macronutrientes na fórmula, como proteínas, gorduras e carboidratos, além de outros nutrientes que são detectados pelas células olfatórias presentes na mucosa nasal.

Além dos fatores citados acima, que devem ser considerados para todos os felinos, as necessidades energéticas e nutricionais mudam de acordo com idade, estado fisiológico, estilo de vida e tendência a algumas sensibilidades. Confira a seguir as particularidades de cada etapa de vida que impactam diretamente na formulação do alimento.

Alimentação do gato filhote

Os animais neonatos se alimentam do colostro da mãe e, por volta de 1 mês de idade, iniciam a transição gradual para alimento pastoso. Nessa fase, há alta exigência energética e nutricional para atender a demanda para crescimento e desenvolvimento dos tecidos. Falhas no manejo nutricional nesta etapa da vida podem comprometer o desenvolvimento harmonioso do filhote.

É importante que o alimento pastoso seja introduzido de forma gradual e que o animal seja introduzido à textura úmida logo nas primeiras semanas de vida, pois a alimentação durante a fase de desmame é fundamental para fixar as preferências alimentares do animal ao longo de sua vida.

Além disso, os felinos apresentam duas fases distintas de crescimento que requerem adaptações nutricionais específicas. Para uma abordagem detalhada sobre alimentação e nutrição de filhotes de gatos, acesse o artigo “Alimentação e nutrição do filhote felino”.

Alimentação do gato adulto

Não existe um único alimento adequado para todos os gatos. Analisar o contexto no qual o pet está inserido é o primeiro passo para entender as necessidades de cada animal adulto.

Se o gato tiver sido submetido ao procedimento de esterilização, por exemplo, é muito provável que naturalmente passe a ingerir mais alimento de forma voluntária e que também fique mais sedentário. É o que mostram estudos que avaliam a taxa metabólica basal dos animais e também seu comportamento pós-castração.

Se o gato tem pelagem longa, é possível que ele apresente tendência à formação de bolas de pelo no trato gastrointestinal, uma vez que os felinos se auto-higienizam e ingerem grande quantidade de pêlos diariamente.

Estes fatores como estilo de vida, características da pelagem, nível de atividade e estado fisiológico devem ser considerados para uma escolha mais assertiva da melhor dieta para o animal.

Alimentação de gatos maduros e idosos

A partir dos 7 anos de idade, os gatos entram na primeira fase do envelhecimento, período no qual o felino pode apresentar alguns sinais discretos da senilidade como menor atividade, aumento da gordura corporal e diminuição da massa magra. Nesta etapa, é importante fornecer alimento que contenha nível moderado de energia, pois neste momento os gatos ainda tendem a ganhar peso.

Já a partir dos 12 anos de idade, o gato já é considerado idoso e entra em um processo natural de sarcopenia, que é a perda da massa muscular na idade senil, e perde peso naturalmente. Além disso, em ambas as fases de envelhecimento é necessário controlar o teor de fósforo na dieta do animal, uma vez que felinos idosos apresentam grande predisposição ao desenvolvimento de doença renal crônica.

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Atenção especial à gestação e à lactação

Os períodos de gestação e lactação nas fêmeas compreendem uma fase de altíssima exigência energética e nutricional. Diferente da cadela, é normal que o peso da gata aumente a partir do início da gestação, sendo os dois primeiros terços da gestação um período no qual deve ocorrer o acúmulo de gordura com o objetivo de serem mobilizadas durante a lactação.

As necessidades energéticas da gata aumentam cerca de 10% por semana desde o início da gestação, exibindo uma curva quase linear. Na fase de lactação, as gatas podem produzir até cerca de 250 ml de leite por dia, o que equivale a 1,5 a 2 vezes o seu próprio peso em leite durante este período.

Entenda mais detalhadamente como funciona este processo:

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Referências bibliográficas

MALANDAIN, E.; LITTLE, S.; CASSELEUX, G.; SHELTON, L.; PIBOT, P.; PARAGON, B.M. Guia prático de criação de gatos. ROYAL CANIN®, 2013.

NATIONAL RESEARCH COUNCIL (NRC). Nutrient requirements of dogs and cats. Washington, D.C: National Academy Press, 2006.