O controle de fósforo para o paciente com doença renal crônica

O controle de fósforo para o paciente com doença renal crônica

Links rápidos:

O fósforo se apresenta como um dos principais vilões em casos de Doença Renal Crônica e requer controle monitorado durante toda a vida do paciente; entenda a ação desse nutriente

O manejo nutricional adequado é o principal aliado no tratamento da Doença Renal Crônica (DRC) felina. O objetivo da nutrição, nesse caso, é colaborar para o controle da progressão da doença e minimizar os efeitos negativos, além de proporcionar um aumento na sobrevida e trazer mais qualidade de vida para gatos e cães que convivem com essa condição

E quando relacionamos DRC e alimentação, o fósforo é um nutriente que merece total atenção. Ele se apresenta como um dos principais vilões em casos de Doença Renal Crônica e requer controle monitorado durante toda a vida do paciente.

Entendendo o papel do fósforo no organismo do animal

Apesar do fósforo ser um nutriente essencial para diversas funções fisiológicas, a elevada ingestão desse mineral por um paciente com doença renal pode resultar em efeitos negativos para a saúde do animal.

A hiperfosfatemia pode ser tóxica e levar a maior produção de paratormônio (PTH), calcificação renal, injúria tubular e piora na progressão da doença, sendo o menor tempo de sobrevida uma consequência significativa.

A homeostase de fósforo no organismo é mantida pela absorção e secreção pelo sistema gastrointestinal, na filtração e reabsorção pelos rins e em sua quantidade presente no tecido ósseo. Quanto à sua absorção proveniente dos alimentos, a maior parte ocorre no intestino delgado, de maneira passiva e diretamente proporcional à quantidade de fósforo ingerida.

Aproximadamente 100% do fósforo é filtrado pelo glomérulo renal, sendo 80-90% reabsorvido no túbulo proximal. Em pacientes com DRC, encontramos capacidade de excreção de fósforo comprometida, levando a aumento da concentração de fósforo sérico.

Sendo assim, a quantidade de fósforo na dieta do paciente nefropata deve ser restrita para retardar a evolução da patologia e evitar ocorrência de novas lesões renais. A biodisponibilidade de fósforo pode variar conforme sua fonte de ingestão: vegetais geralmente apresentam menor biodisponibilidade deste nutriente (em torno de 40%), enquanto o fósforo inorgânico possui biodisponibilidade próxima de 100%.

O fósforo na alimentação

Encontramos fósforo naturalmente em fontes proteicas, principalmente aquelas de origem animal, por isso, essas geralmente também se apresentam em menor quantidade no alimento específico. A utilização de valores moderados de proteína no alimento coadjuvante ao tratamento do paciente renal também possibilita melhor controle da concentração de fósforo sérico.

Quelantes de fósforo são outra forma de auxiliar no controle da ingestão pelo alimento. Essas substâncias minimizam a retenção de fósforo presente na dieta, sendo os mais utilizados, geralmente, o carbonato de cálcio e o hidróxido de alumínio.

A nutrição adequada é um dos pilares auxiliares no tratamento do gato e do cão com DRC. Dieta apropriada e o controle de fósforo se fazem necessários logo nos primeiros estágios da doença para que o resultado do tratamento seja o mais eficaz possível.

A ROYAL CANIN®, marca destaque como parceira ativa dos médicos-veterinários, de acordo com esses profissionais, tem uma linha extensa e completa de alimentos coadjuvantes nas versões seca e úmida, para gatos com doença renal crônica. Saiba mais sobre os alimentos ROYAL CANIN®.

Referências bibliográficas

BARBER, P. J. et al. Effect of dietary phosphate restriction on renal secondary hyperparathyroidism in the cat. , v. 40, n. 2, p. 62–70, 1999.

BERNDT, T.; KUMAR, R. Phosphatonins and the regulation of phosphate homeostasis. , v. 69, p. 341–59, 2007.

CHANG, A. R.; ANDERSON, C. Dietary Phosphorus Intake and the Kidney. , v. 37, n. Cvd, p. 321–346, 2017.

ELLIOTT, D. A. Nutritional Considerations for the Dialytic Patient. , v. 41, n. 1, p. 239–250, 2011.

ELLIOTT, J. et al. Survival of cats with naturally occurring chronic renal failure: effect of dietary management. , v. 41, n. 6, p. 235–242, 2000.

Estudo CVA vets 2021. Abril 2021. (Dados internos).

FINCO, D. R. et al. Effects of dietary phosphorus and protein in dogs with chronic renal failure. , v. 53, n. 12, p. 2264–71, dez. 1992.

FINCO, D. R. et al. Protein and calorie effects on progression of induced chronic renal failure in cats. , v. 59, n. 5, p. 575–82, maio 1998.

FORSTER, I. C. et al. Proximal tubular handling of phosphate: A molecular perspective. , v. 70, n. 9, p. 1548–59, nov. 2006.

JACOB, F. et al. Clinical evaluation of dietary modification for treatment of spontaneous chronic renal failure in dogs. , v. 220, n. 8, p. 1163–70, 15 abr. 2002.

KARP, H. et al. Differences among total and in vitro digestible phosphorus content of meat and milk products. , v. 22, n. 3, p. 344–9, maio 2012a.

KARP, H. et al. Differences among total and in vitro digestible phosphorus content of plant foods and beverages. , v. 22, n. 4, p. 416–22, jul. 2012b.

ROSS, L. A.; FINCO, D. R.; CROWELL, W. A. Effect of dietary phosphorus restriction on the kidneys of cats with reduced renal mass. , v. 43, n. 6, p. 1023–6, jun. 1982.

ROSS, S. J. et al. Clinical evaluation of dietary modification for treatment of spontaneous chronic kidney disease in cats. , v. 229, n. 6, p. 949–957, set. 2006.

RUTHERFORD, W. E. et al. Phosphate control and 25 hydroxycholecalciferol administration in preventing experimental renal osteodystrophy in the dog. , v. 60, n. 2, p. 332–341, 1977.
SABBAGH, Y. et al. Intestinal npt2b plays a major role in phosphate absorption and homeostasis. , v. 20, n. 11, p. 2348–58, nov. 2009.

QUÉAU, Y. Manejo Nutricional da Doença Renal Crônica Felina. Doenças Renais. Revista Veterinary Focus. A revista Internacional para o Médico Veterinário de animais de companhia, v. 23, n. 3, p. 40–46, 2013.