Os principais aspectos da dieta para paciente diabético

Os principais aspectos da dieta para paciente diabético

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Entenda tudo sobre as caraterísticas da nutrição para cães e gatos diabéticos e saiba como isso ajudará na saúde do seu paciente

Pesquisas científicas demonstram que o uso de alimentos adequados para cães e gatos com Diabetes Mellitus é tão importante quanto a terapia insulínica. Em conjunto, essas duas ações irão facilitar o controle desse distúrbio endócrino, promovendo melhor qualidade de vida e sobrevida para esses pacientes.

A dieta para paciente diabético deve incluir a escolha de um alimento de qualidade, assim como o cálculo individualizado da quantidade e frequência das refeições.

Após a introdução da nova alimentação, podem ser necessários ajustes na dose de insulina e na quantidade de alimento oferecida, sempre seguindo recomendações e orientações de um Médico-Veterinário. É o profissional que irá detectar as necessidades do animal, baseando-se em seu constante monitoramento.

Agora vamos entender mais sobre a dieta para cães e gatos diabéticos.

Por que é importante adequar a dieta para o paciente diabético?

A dieta para paciente diabético contém ingredientes específicos que irão ajudar na manutenção da estabilidade glicêmica, do apetite e do escore de condição corporal (ECC). Isso minimizará o risco de aparecimento de complicações clínicas, garantindo melhora na qualidade de vida e aumento da sobrevida desses animais.

Portanto, a adequação da alimentação tem como prioridade atingir objetivos como:

  • reduzir a hiperglicemia no período pós-refeição;
  • estimular a secreção de insulina pelo próprio animal;
  • aumentar a sensibilidade à insulina exógena (administrada por injeção).

Qual o objetivo da alimentação na frequência e quantidades adequadas?

A fixação de uma rotina diária é a chave para se obter a estabilidade glicêmica em animais diabéticos. Para isso, tanto a terapia com insulina quanto a alimentação devem se manter regradas.

A dieta para pacientes diabéticos deve ser baseada na prescrição da quantidade adequada de alimento que deve ser oferecida, assim como na instrução da frequência e do horário de cada refeição. Tudo isso estará diretamente relacionado à terapia insulínica, ou seja, se o paciente recebe insulina 1 ou 2 vezes ao dia, por exemplo, e ao comportamento alimentar do animal.

Além disso, vale ressaltar que toda mudança de dieta alimentar deve ser realizada de forma gradativa, ao longo de 7 a 10 dias para cães, chegando a 20 dias para gatos.

O grande objetivo da dieta para pacientes diabéticos é a estabilidade do peso corporal adequado, já que alguns animais podem apresentar magreza e outros obesidade. Por isso, a recomendação é que se faça o acompanhamento do peso corporal e do ECC do animal pelo menos uma vez por mês.

Assim, quando detectada alguma mudança no estado geral do paciente, o Médico-Veterinário deve revisar toda a abordagem terapêutica, inclusive todo o esquema de frequência e quantidade alimentar para a garantia do manejo dietético correto.

3 Principais características da dieta para o paciente diabético

Os alimentos coadjuvantes para pacientes diabéticos geralmente apresentam baixo teor de carboidratos, alto teor de fibras e proteínas e moderado teor de energia. Essa configuração na formulação garantirá propriedades importantes para contribuir com o sucesso da terapia.

Abaixo, listamos as 3 principais características da dieta para pacientes diabéticos. Tais propriedades são extremamente importantes para auxiliar no controle dessa enfermidade em cães e gatos.

1. Modulação da glicemia

A modulação glicêmica é realizada através de um conjunto de alterações na formulação da dieta, que consiste em:

Redução da quantidade de amido, o que irá resultar na diminuição da glicemia após as refeições

Utilização de carboidratos de absorção lenta, visando reduzir a velocidade de digestão e absorção da glicose

Aumento da quantidade de fibras dietéticas, que estão relacionadas com a redução da absorção de glicose pelo intestino.

2. Balanço nutricional

O balanço nutricional do alimento e o uso de ingredientes de boa qualidade são importantes para a manutenção do peso e escore corporal do animal. Dessa forma, o alto teor de proteína favorece o controle do Diabetes mellitus, a manutenção de massa muscular e ainda colabora para a sensação de saciedade.

Além disso, a redução na quantidade de gorduras na formulação e uso de fontes de gorduras saturadas evita o ganho de peso.

3. Benefícios adicionais

Esse alimento conta com a presença de ácidos graxos ômega 3, responsáveis por atuar beneficamente nas concentrações de colesterol, triglicérides e glicemia. A utilização de antioxidantes irá auxiliar no combate ao estresse oxidativo.

A dieta para pacientes diabéticos também oferece uma suplementação com L-carnitina, que irá contribuir para a diminuição da acidose e cetogênese em pacientes descompensados.

Cuidados extras além da dieta para o paciente diabético

Cães e gatos diabéticos devem ser submetidos a um constante monitoramento, cujos principais objetivos são controlar a ocorrência de sinais clínicos e evitar a hipoglicemia. Lembre-se que o animal não precisa necessariamente manter taxas glicêmicas normais, pois pode se manter assintomático mesmo que a glicemia esteja um pouco acima do normal. A hipoglicemia é muito mais preocupante, pois pode ser irreversível e, consequentemente, fatal.

O acompanhamento em casa, pelo tutor, é de extrema importância. Isso trará informações sobre o estado geral do paciente, bem como de suas manifestações clínicas (poliúria, polidipsia, polifagia e emagrecimento).

Atividade física regular, conforme o paciente já esteja acostumado, pode ser mantida. Porém, o aumento do gasto energético sem o aumento da quantidade de alimento pode gerar o risco de hipoglicemia.

A mensuração da glicemia deve ser feita em jejum, antes da aplicação da insulina e no pico (6 a 8 horas após a aplicação da insulina). A qualquer sinal de hipoglicemia, a dose da insulina deve ser ajustada pelo Médico-Veterinário.

Vale ainda ressaltar que se o paciente não apresentar bom controle glicêmico, mesmo após ajuste na dose insulínica, deve-se checar falhas na rotina do manejo, falhas durante as aplicações ou no armazenamento incorreto do frasco de insulina. Além disso, pode ser necessário uma pesquisa de outras alterações endócrinas que levam à resistência insulínica (por exemplo: influência do ciclo estral ou hiperadrenocorticismo).

Daí a importância em se ter uma equipe multidisciplinar e especializada, inclusive um endocrinologista, para garantir o sucesso do tratamento e promover a qualidade de vida para esses animais.

Dicas extras da Royal Canin®

A Royal Canin® oferece em sua Linha de Alimentos Coadjuvantes a dieta Diabetic Canine (versões úmida e seca) e a dieta Diabetic Feline (versão seca).

linha Diabetic Royal Canin

Essa é uma alimentação formulada com ingredientes que auxiliam na regulação do fornecimento de glicose e ajudam a diminuir as variações da glicemia pós-prandial (glucomodulação). Seu baixo teor de amido confere uma menor hiperglicemia após a refeição, e seu alto teor proteico garante a manutenção da massa muscular dos cães e gatos com Diabettes Mellitus.

Em alguns casos de diabetes associados à obesidade, quando o animal apresenta ECC entre 7 e 9, pode ser necessária a troca da alimentação após a estabilização do paciente e o controle da glicemia. Para isso indicamos a linha Satiety, que possui maior eficácia para perda e manutenção de peso.

linha Satiety Royal Canin

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Referências Bibliográficas

2018 AAHA Diabetes Management Guidelines for Dogs and Cats. Disponível em: https://www.aaha.org/aaha-guidelines/diabetes-management/diabetes-management-home/. Acesso em: 10 março 2023.

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MOONEY, C.T., PETERSON, M.E. BSAVA – Manual da Endocrinologia em Cães e Gatos. São Paulo, Roca – 4.ed. 2015.

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